O mundo não muda.

Minha vida é um caminho sem volta. Quando acho que posso mudar o rumo e fazer diferente, percebo que a mudança só partiu de mim, que o mundo não contribuiu. E, é engano de qualquer pessoa, achar que a mudança depende exclusivamente de um único ser. Quando o mundo não muda, você não sai do lugar. Minha vida sempre foi de mágoa, maltrato, despejo. As coisas em minha volta acontecem da pior maneira possível e, ninguém vê. Sabe por quê? Porque são minhas, e quando o problema não é do mundo, a situação não muda, permanece. A ilusão de achar que sozinho, o homem pode fazer muita coisa, é uma ilusão dobrada, forte, resistente. Ah, esqueci, o ser humano pode sim conseguir mudar algo sozinho, eu consegui. Minha dor muda de grau, a cada dia, minha solidão também. Minha infelicidade, perdi as contas de quantas vezes mudou, mudou pra pior, a cada dia dói mais, fere mais, machuca, sangra, mata. Do coletivismo inexistente em minha vida, eu entendo muito bem.

Mundo giratório.

O meu mundo é escuro, sozinho, calado. Nunca fui ouvida quando precisava, muito menos amada, quando devia. As minhas vontades nunca foram atendidas, bem como, minhas necessidades. O meu eterno silêncio é fruto de um coração magoado, solitário, cansado. Nunca possui a metade do pouco que sonhei. Não queria o mundo em minhas mãos, apenas o meu dedo, tocando parte dele, queria ter certeza que sou gente, sou humana. Às vezes penso que não faço parte um grupo de seres pensantes. Meu mundinho é diferente, estranho, isolado. As pessoas não entendem meu silêncio, meu sorriso forçado, minha alegria mentirosa. Não preciso mostrar para você que estou péssima, foi por você que deixei de sonhar, viver. A obviedade do meu sentimento, para você é mutável. Não espere que eu grite, clame, chame por você, no momento certo, sem que eu precise me expor, você voltará. Só tenho medo desse mundo giratório, que com certeza fará você pagar por tudo que fez. E, o meu medo, não é pelo seu sofrimento, mas pelo tempo que o tempo vai perder com você. Não desejo para este último, o que ele fez comigo, pois em quesito de valorização indevida, eu entendo muito bem.

Algo já esperado.

Tinha desistido de amar, acreditar em sentimentos carinhosos, afetivos, coletivos. As quedas que o destino provocou em minha vida, fez com que os meus planos em relação ao imaginário sentimento chamado amor, tivessem sumido, ou quem sabe, nunca existido. Comecei a sentir que o viver, não necessariamente, precisaria de um alguém, ninguém. Tive muitas vezes, presa em minhas mãos, a necessidade de ser só, de não machucar um coração já machucado, magoado, cansado. Pensei muitas vezes, em não abrir a porta para o engano, para a ilusão, para a decepção. Todavia, quando menos esperava, você conseguiu superar todas as etapas, quebrar todo o gelo, advogar em seu desejo, sua meta. Acreditei, superei, achei que tinha vencido, fiz planos, encantos, desejos. Achei que o passado deveria ser esquecido, deixado de lado, em virtude de uma nova vida, uma nova oportunidade. Mas, a certeza de antes, não demorou muito tempo para mostrar, provar que não estava mentido, iludindo. O novo se fez antigo, o lindo mostrou-se  cruel, o belo tornou-se trágico. Você me deixou aqui, sozinha, mais uma vez, descreditada, enganada. Porém, apesar de tudo, não ponho a culpa nas suas atitudes, mas na ausência das minhas. Não obedeci a regra. É difícil desejar o bem de quem apenas te fez mal, mas te desejo, do fundo do meu coração, que na sua vida, você não encontre alguém como você, com seus princípios, suas verdades, seus sentimentos. Desejar para a sua pessoa, alguém diferente de você, é querer o seu melhor bem, o seu maior sucesso. Do conhecimento sobre seu caráter, sua fraquesa e sua insensibilidade, eu entendo muito bem.

Minha decisão.

Talvez a minha falta, gerou em você, algo não notório antes, vazio. Sempre estive presente no teu caminho, seguindo teus passos, teu olhar, tua sombra. Hoje, desisti, definitivamente, de você, deste amor mendigado, cansado, humilhado. Hoje, parei para pensar, o quanto regredi com sua presença, o quanto fracassei, tentando te fortalecer, o quanto cai, tentando te levantar. Não posso, AINDA, gritar para o mundo que estou bem, feliz. Na verdade, minha solidão continuará por um longo período de tempo, aliada a meu vazio, meu silêncio. No entanto, convicta que, não é sua presença, seu carinho forçado, seu amor momentâneo, que mudará este quadro. Seu amor-paradoxal cansou-me. Não serei mais sua segunda opção, o seu talvez, o seu porto seguro. Não posso oferecer o que não tenho, não devo. Da minha decisão, mesmo que tardia e necessária, eu entendo muito bem.

Visão de laboratório.

Sou uma pessoa só, sozinha, isenta de alegria, amigos, amores. Sempre fui apontada, negativamente, quando do no fundo, não queria bancar a santa, apenas ser vista como um ser humano, que pensa, sonha, ama. Fui isolada do mundo imaginário, sonhador. Fui, muito cedo, vencida pelo cansaço, maltrato, abandono. Fui vítima de uma sociedade julgadora, hipócrita, a qual põe em prática todos os meus atos, mas que ao mesmo tempo condena, aponta, critica. Fui sempre analisada como frascos de um laboratório químico, interessante, porém perigosos. Eu sempre fui só, e sozinha serei até o fim dos meus dias. Nunca encontrei alguém que entendesse o meu vazio, minha solidão, minha angústia. Talvez, ninguém nunca tenha passado pelo que convivo, desde o nascimento. Desejo a minha pessoa, muita força para continuar em pé, lutando por uma vida gasta, cansada, humilhada. Do desprezo que a mim foi lançada desde nova, eu entendo muito bem.

Idealização.

É incrível, como o ciclo negativo de vida, gira em torno da minha cabeça. Tudo que planejo, acontece diferente, ou simplesmente não acontece. Mas, o que não idealizo, acontece rapidamente, sem que eu precise chamar, pedir. Meu mundo sempre girou do modo contrário, inverso. Quando achava que tal situação ocorreria da melhor forma possível, a decepção vinha logo contrariar. Quando achava que aquela pessoa era única, amiga e verdadeira, e ainda pensava: “Deveria ter conhecido antes”, surge aquela atitude má, que destrói, abala, queima, decepciona um coração enganado, frágil, pequeno. Acredito que deva ser melhor não fazer planos, encantos. Uma idealização errada, fere não só o coração, mas a imagem, a lembrança. Do negativismo e decepção de vida, eu entendo muito bem.

Engano seu.

Você, até que tenta manter, a imagem de uma pessoa dura, fria e decidida. No fundo, eu sei muito bem que sua vontade era está comigo. Não falo isso com ar de prepotência, mas com ar de uma mulher que te amou de verdade, amou pra valer, amou sem limites. Uma mulher que sabia onde pisar, onde chegar, de onde sair. Não uma moleca apaixonada, em fase juvenil, mas um ser que, em qualquer lugar do mundo, você poderia, deveria apontar e dizer: “Aquela é minha mulher, minha confidente”. Nunca tive por mim, a metade do respeito que tive por você, sempre. Honrei-te na tua presença, mas principalmente, na tua ausência. Logo, não tenho dúvidas de que, hoje, minha presença na sua vida não é algo concreto, assim como tenho absoluta firmeza, de que a minha ausência, gera em você, um sentimento de falta, de vazio, de incertezas. Talvez não fui em sua vida, tudo o que você precisava, mas tenho certeza que hoje, sou tudo o que te falta, te atormenta, te maltrata. Engano seu achar que sofro sozinha. Deste mundo de vazio, solidão e silêncio, NÓS DOIS entendemos muito bem. 

SONHO feliz.

Até que fim minha tristeza se foi. Já não suportava mais aquela angústia, melancolia, solidão. Quando já não acreditava mais em nada, você apareceu, mostrando não só que o meu sofrimento acabou, mas principalmente, que eu poderia começar a sonhar novamente, viver mais uma vez, nascer. Você chegou em um momento ímpar, num intervalo de tempo que, o meu silêncio já não suportava mais tanta dor. Você fez renascer em mim, algo já até esquecido, desistido. Depois de você, comecei a perceber que sou mulher, que sou anjo, feliz. Comecei a cuidar do meu corpo, da minha mente, minha aparência, de mim. Oi, oi,oi ah, como assim? É, acordei. Teria sido tudo muito bom se fosse verdade. Apesar de que, não gosto de sonhar o que não tenho, o que não sou. Meus pés são no chão, no desprezo, no vazio. Um sonho lindo, hoje, torna-se uma dor, ainda mais forte amanhã. A única ilusão que ainda guardo na minha memória, raramente, é a de que fui feliz um dia. Da minha realidade, eu entendo muito bem.

Minha opinião.

De nada vale minha opinião para o mundo. E, ao invés de lutar para que ele me entenda, eu calo, silencio. A minha palavra sempre foi a última a ser ouvida, obedecida, compreendida. Quantas vezes eu não mendiguei a tua fala, um simples oi, ou até mesmo um sorriso? Quantas vezes eu não tentei te ouvir, quando na verdade eu precisava falar, desabafar, chorar? Por quantas vezes eu não desisti de algo por você, por nós? Todavia, hoje, o meu silêncio é uma constante, neste mundo de surdos. Quando as pessoas querem nos ouvir, eles escutam nossos gritos num piscar de olhos, no sonho, no querer. Entretanto, quando sua voz não tem mais tanta importância para o outro, de nada valerá seus brados, chamado, dependência, sua tristeza. Na minha vida, aprendi que sou importante para alguém, até o momento em que esse alguém quer que eu seja, independente do meu querer, do meu lutar, do meu sofrer. Quanto mais tenho vontade de gritar, mais o aprendizado de vida exige o meu silêncio, o meu calar. E, não mudarei minha forma de expressão, tendo em vista que, minhas atitudes hoje, já são mudanças de experiências anteriores, que por sinal, foram negativas. Do meu silêncio, entendo eu. A oportunidade a você, já foi dada. 

Uma noite comum.

Não tive uma noite sonhadora, imaginária, feliz. Até agradeço por não ter tido. Já sonhei sendo uma princesa, ao lado de um homem encantado. Já sonhei que estava em um parque de diversão, rodeada de amigos, família. No entanto, acordei sozinha, num lugar escuro, rodeada de vazio, solidão. A luz da minha vida tornou-se treva no dia em que você me disse adeus. Tenho a mania de falar e escrever que desde pequena fui triste, que minha infância foi triste e, agora, venho eu, expor a ideia de que sou melancólica por conta da tua ausência, teu silêncio, tua falta. É, parece confuso, entretanto, tudo a ver. É que antes de você, eu não tinha amadurecido, crescido, nascido. Comecei a engatilhar nos teus braços, e na ausência dele me perdi, me ofusquei, voltei a ser menina sem você. Não uma criança inocente, frágil e indefesa, mas uma mulher que foi pelo tempo, enganada, traída, trocada. 

Visibilidade.

Minha imagem, na concepção dos outros, sempre foi um paradoxo. Ora, criavam uma carapuça santificada, cheia de acertos, bondade, pureza. Ora, minha face era preconceituada como má, negativa, marginalizada. O que posso afirmar desses conceitos sociais, é que não sou anjo nem demônio. Não busco ser perfeita, encantadora, mocinha. Na minha vida, aprendi que este estágio é inalcançável. Também não fui nem sou a imagem negativa que me pintam, apenas nasci em em mundo escuro, severo, cruel, egoísta, o qual deixou em mim um vazio enorme que me fez ser fria, calada, introspectiva. Do meu silêncio entendo eu, aliás, da necessidade de não falar.

O erro visível.

Nunca, ou quase nunca, chegaram na minha pessoa para agradecer o que fiz, o que falei, o que pensei. Não quero ser recompensada pelo pouco que fiz, queria apenas não ser lembrada, apenas, quando falhei, errei, menti. As pessoas encontram nas outras, com muita facilidade, o erro. Assumir, reconhecer, falar que o outro acertou é algo inexistente no mundo humano. Apontar o defeito do outro, para muitos, é uma virtude, é ser atencioso, detalhista. Pobre coitado, não sabe ele que, esta virtude é suja, mesquinha, imunda, pequena. Antes de visualizar no outro, um erro, busque primeiro, encontrá-lo em você. Caso não ache, tente procurá-lo mais adiante. As pessoas tendem a admirar ou ignorar uma mesma atitude, dependendo da hora, do dia, do local. Sabe o que isso significa? HIPOCRISIA! 

A solidão eterna.

Eu não preciso ser triste para ser só. A solidão é algo presente em minha vida o tempo todo, todo o tempo. E, é por isso que sou sua amiga, sua confidente, sua amante, sua companheira. As pessoas, ao longo do tempo, acataram a ideia de que para ser feliz precisa conviver com centenas de pessoas, o tempo todo. Engano. Tudo é uma questão de costume, destino. Você deve ter convivido com muita gente não foi? E aí pergunto: Você é feliz? Ah, para com isso, felicidade é algo negado neste mundo de crueldade, mundo de egoístas, mundo de ferozes, leões. Passei minha vida toda tentando ser feliz ao conhecer fulano, sicrano, beltrano e, nunca fui. Hoje, com apenas um quarto escuro, uma lembrança negra, uma rejeição infeliz e um computador, por sinal velho, é que busco escrever, transcrever, tirar da minha dor uma lição, um aprendizado, uma felicidade que não encontrei no outro, mas em mim mesma. Do meu vazio entendo eu. O homem não é tão grande assim para entender o sofrimento dele e de outra pessoa. Seja sozinha, mas seja você!

Tranquilidade.

Eu sinto que a cada dia, o sonho, a felicidade e o viver tranquilo se distanciam de mim. Hoje eu parei pra pensar direitinho o quanto é difícil o fácil, o provável, o esperado. Luto tanto, faço tantas coisas boas, pelo menos é o que acredito, mas nada ocorre da forma como queria. E, não é querendo que a vida retribua tudo o que faço, é que queria, pelo menos, uma vida tranquila. Desejos que me atormentam, sonhos que se distanciam, outros que se aproximam, mas não da forma como planejei. Ah, sou mal agradecida né? Não, não. Agradeço, e muito. Mas, é que nada na minha vida surge em boas horas. Eu sei, talvez seja uma aprovação divina, ou infantilidade, drama ou algo do tipo. Poxa, não é. Quantas vezes eu não sorri pro mundo, quando a minha vontade era morrer pro mundo? Quantas vezes eu não falei que estava ótima, quando na verdade, tudo de ruim acontecia naquele exato momento? Quantas vezes eu não disse a você, a ele, a ela, que não precisava se preocupar, querendo apenas não dividir minha preocupação com você? Pois é, pode criar uma imagem minha, através do seu ponto de vista. Da minha dor, entende eu. E, volto a dizer, queria apenas uma vida tranquila!

Um mundo de menina só

Hoje, me bateu uma vontade de não mais sonhar, lutar, acreditar. Ouço muitas vezes, que o sonho é o que mantém vivo o ser humano, que acreditar é conseguir, que lutar e persistir são os primeiros passos para o sucesso. E, fico a pensar, se as trilhões de vezes que perdi o sono pensando em fazer algo não teria sido sonho. Se todos os dias que batalhei, lutei, corri não teria sido acreditar. Se o acreditar um ano, dois, três, cinco, dez, não teria sido persistir. Hoje, tenho imensa certeza de que, não adianta lutar contra a correnteza. Também não acho que fracassei por desistir, apenas estou me poupando de uma longa caminhada de espera, de aguardo, de ilusão, de nunca chegar, de nunca ter, de nunca ser. Só sei que sou só, que sou eu, que o nós não existe em um mundo egoísta, salgado, imundo. O ser eu, me basta!

O silêncio.

Você nunca me viu chorando pelos cantos, reclamando dos meus problemas, dividindo com você minha dor. Também nunca aluguei seus dias para falar da minha tristeza, da minha solidão, do meu vazio. No entanto, não pense que tudo na minha vida são flores, cores. Apenas, levo comigo uma certeza infalível, a de que ninguém, por mais que me ame, entenderá a dor e a tristeza que levo no meu interior. E, ante s de pensar que sou individualista, egoísta e sentimentalista, entenda que, a sua dor é sua, sua tristeza é sua. Sentimento não é um kg de arroz, que na minha ou na sua mão terá, supostamente, o mesmo peso. Digo supostamente, pelo fato de que cada ser humano acha o seu fardo mais pesado, seus problemas mais difíceis, sua dor mais intensa. É por isso que prefiro o silêncio, que tentar que o outro sinta o meu sofrer. Eu também não sentirei o dele, o dela, o seu.

Vontade de ser só

Existem momentos na minha vida, em que o isolamento humano, penso eu, seria a melhor alternativa, entre as tantas outras já tentadas. Sinto que o riso, a felicidade, a boa conversa, o otimismo, o sonho, a emoção, tudo transforma-se em ilusão, assim que abro os olhos pro mundo e, percebo que nada daquilo foi de verdade, nada aconteceu ou acontecerá. São belas palavras, ótimos sonhos, diversas frases de autoconfiança e, ao mesmo tempo, uma única certeza, todas as palavras e imaginações, anteriormente citadas, eu já ouvi e senti, em um momento que assim como esse, não mudou muita coisa em minha vida. Algumas pessoas me consideram uma pessoa triste, pessimista, mas é que a realidade inventada torna o homem cansado, desiludido e inteligente.